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21 de agosto de 2015



Açude da Manhosa

Se fosse mesmo manhosa choraria...
O abandono cruel que hoje a condena
Eu nem sei bem por que tão dura a pena
Muito menos que lei ela infringia...

Só me lembro do tempo que chovia...
Quando as águas passavam da parede...
Sua água matava nossa sede...
Esperança quando a Manhosa enchia...

As mulheres cantavam de alegria...
As crianças pulavam se banhando...
Animais se achegavam pululando...
Não me esqueço do tempo que ela enchia...

Sem sentença foi ela condenada...
Sem processo ou defesa, nada, nada...
Sem provas, sem sentença transitada...
Sem julgado vai ser executada...

Que cegueira maldita por dinheiro...
Que ganância perversa! Que coveiro...
Vai jogar terra nela e quem lhe ordena???

Quem impôs à Manhosa a dura pena?
Baseado em que lei alguém condena...
Quem só trouxe esperança quando a cena...
Era a seca expulsando nossa gente???

Se a matarem, enfim, é lamentar...
Vai chorar quem de perto a conhecia...
Mas seria mais lindo ela brilhando...
Num raiar de um sol claro ao meio dia...

Obrigado, Manhosa, pelas vezes...
Que com sede ao seu leito adormecia...
Tenho certeza você é GUERREIRA...
Pois se fosse manhosa choraria...

Clécio Dias
Poeta, Corretor de Imóveis e Advogado

5 de julho de 2013

Não mudei em nada!

Mudei demais, meu Deus, como eu mudei...
Pareço ser até outro rapaz...
Mais velho um pouco, um pouco mais capaz...
De ser talvez aquele que pensei...

Mas me pergunto se modifiquei...
Aqueles velhos gestos sociais...
E pude ser um minutinho a mais...
O homem puro que eu tanto sonhei...

Ser diferente sem subverter...
Seja o que for eu tenho que viver...
Ou tendo um Norte ou caminhando a esmo...

Passou o tempo, tanta solidão...
Tanta renúncia e eu tenho a impressão...
Que não mudei em nada, eu sou o mesmo!

9 de outubro de 2012

Espero não perder a esperança



Espero que a esperança não se vá...
Que fique um pouco mais, preciso dela...
Pois não é fácil persistir sem ela...
E às vezes eu não sei onde ela está...

Se ela me ouvir, lhe peço, venha cá...
Venha dizer-me que esta vida e bela...
Venha pintar o amor na minha tela...
Ouvindo o som de um livre sabiá...

Que eu perca muita coisa, perca tudo...
Até essa ilusão que hoje me iludo...
Mas não o riso ingênuo de criança...

Que eu nunca perca minha paciência...
Mantenha viva minha complacência...
Espero não perder minha esperança!

Clécio Dias
Santa Cruz do Capibaribe-PE.

9 de agosto de 2012

SIMPLESMENTE CLÉCIO



Era mais vagaroso e bem mais lento...
Eu ia caminhando devagar...
Não havia essa pressa de chegar...
Nas ruas refletia desatento...

Ciente do meu sonho e sonolento...
Na vida acreditando sem pensar...
Como uma ave louca pra voar...
Nas asas do meu livre pensamento!

Eu era tão feliz, mesmo inocente...
Meu Eu era mais terno e displicente...
Vivendo a minha vida sempre em paz...

Sem ir tão longe, nada além que palmos...
Quero somente dar meus passos calmos...
Ser simplesmente Clécio e nada mais!

Santa Cruz do Capibaribe, 09 de agosto de 2012.

30 de junho de 2012

Dificuldades


Dificuldades sempre apareceram...
E quantas vezes nós tão preocupados...
Fomos dormir tão desesperançados...
Em pesadelos negros que nasceram...

Mas, quantas vezes, já recuperados...
Nossos olhos brilharam e entenderam...
Que nossas vidas tanto já cresceram...
Somos felizes e realizados...

Um dia eu lembro já sem esperança...
Ninguém comigo e eu sem confiança...
Andando a esmo quase desistia...

Eu não passava de um triste rapaz...
E quando já não esperava mais...
Eu conheci você naquele dia!!!

Clécio Dias
Santa Cruz do Capibaribe, 30 de junho de 2012.

10 de junho de 2012

Marcas eternas


Quando meu mundo às vezes escurece...
Nas incertezas do meu pensamento...
Meu coração esbarra num momento...
Quando a realidade me entristece...

Eu crio um mundo onde o conhecimento...
Desenha um sol imenso que envaidece...
No berço do prazer meu amor cresce...
E arvora a luz do nosso sentimento...

E nossos dias vão climatizando...
Um ideal que vai se aproximando...
A cada instante, momento a momento...

O dia do namoro foi marcante...
O dia do noivado impressionante...
Mais belo vai ser nosso casamento!!!

Santa Cruz do Capibaribe, 10 de junho de 2012.

6 de junho de 2012


Choveu a noite inteira e eu não dormi;
A madrugada veio visitar-me;
O sono resolveu abandonar-me;
A lua se escondeu e não a vi;

A insônia apareceu a relembrar-me...
Da noite que sem "crer" te conheci.
Parece que eu em mim amanheci...
E tu me adormeceste ao encontrar-me!

Relembrei dos idílios que eu fazia...
Pedindo a Deus alguém, como eu queria!
Numa noite de sábado Deus me disse:

Queres alguém que encha teu viver...
Da luz do sol que faz amanhecer?
E no domingo me deu Helenice!

Santa Cruz do Capibaribe, 06 de junho de 2012. 

30 de janeiro de 2012

Minha alma em "mi menor"

Eu entrego minha alma a um violão...
Fecho os olhos e os dedos escorrego...
Num acorde de "mi menor" me entrego...
E não vejo num "lá menor" razão...

Quando o "ré" é "maior" que a solidão...
O "sol" tem luz "maior", no entanto nego...
"Maior" mesmo é o "dó" a que me apego...
"Si" não fosse "maior" que um coração...

E eu à vezes me sinto sem minha alma...
Entretanto eu dedilho com mais calma...
E em pouco tempo me sinto melhor...

Pois minha alma que canta e vai embora...
Noutras notas chorando mundo afora...
Sempre volta pra mim em "mi menor"...

Santa Cruz do Capibaribe, 30 de janeiro de 2012.

22 de janeiro de 2012

ÓDIO

Numa noite sem muitas esperanças...
Cansei de mim, me despedi do amor...
Eclipsado nos confins da dor...
Longe das minhas atitudes mansas...

Sem o sorriso puro das crianças...
Apareceu um ser assustador...
Os olhos eram fogo de rancor...
Lançando chamas tristes de lembranças...

E disse a mim: sou o ódio que sentiste...
Vim tornar sua vida menos triste...
E eu disse não, eu não te sinto à toa...

Se eu te disser que te senti eu minto...
Quando te sinto não sou que sinto...
Pois te sentindo sou outra pessoa!!!

Santa Cruz do Capibaribe, 10 de setembro de 2001.

21 de janeiro de 2012

Céu nublado

O céu em nuvens anunciam o inverno...
Vemos as folhas secas como caem...
As gotas coloridas nos distraem...
E o dia embora escuro está mais terno...

Estamos pensativos, mas o Eterno...
Expulsa as coisas más e elas se esvaem...
As preces que fizemos nos atraem...
E a chuva nos liberta desse inferno...

Amanhã de manhã a seca chora...
A fartura, ao contrário, comemora...
Nossa vida é assim! Basta vontade...

A princípio aparece a esperança...
Abraçamos com toda a confiança...
E esse abraço nos traz felicidade!!!

Santa Cruz do Capibaribe, 21 de janeiro de 2012.